terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

A Bíblia e as Emoções Humanas - Lição 08

Poder de Recuperação
(Gênesis 37-41); Romanos 5: Ester 2-4)

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Nota do Tradutor: O título desta lição, traduzido por “Poder de Recuperação” é, originalmente “Resiliência”. Esta palavra, oriunda da Física, tem uma conotação ligeiramente diferente, mas que pode ser importante para a nossa visão do assunto. Ela descreve uma característica de um objeto que lhe permite sofrer impactos ou deformações até um certo limite, sem sofrer alteração estrutural.

Por exemplo, quando esticamos um elástico, ele volta à forma original. Um barbante oferece resistência maior, mas arrebenta e não é deformado Ou seja, o elástico possui alta resiliência e o barbante, baixa resiliência. Outro exemplo seria darmos uma martelada em um pedaço de borracha. Ele absorve o impacto, se deforma, mas volta à forma original, sem danos à sua estrutura. Se martelarmos uma pedra, ela oferece resistência, mas sofre danos e, eventualmente, será quebrada. A borracha possui alta resiliência, e a pedra, baixa resiliência.

Quanto aplicado a pessoas, o termo descreve a capacidade do indivíduo lidar com problemas, superar obstáculos ou resistir à pressão de situações adversas – choque, estresse, etc. – sem sofrer dano psicológico.

A expressão “poder de recuperação” traz o sentido de que houve danos, mas a pessoa consegue se recuperar deles. Resiliência conduz a idéia de que o golpe é absorvido e não produz danos.

Esta será a expressão usada para traduzir a expressão equivalente no decorrer deste estudo.

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Introdução: Muitas pessoas vivas hoje têm uma vida relativamente fácil. Imagine o que era ser um jovem na Europa há 100 anos atrás. Você experimentaria, caso sobrevivesse, duas guerras mundiais. Meu querido pai cresceu em uma família pobre durante a Grande Depressão, e depois foi alistado no exército durante a II Guerra Mundial. Ele fez parte da invasão da Normandia e passou 33 meses na zona de guerra. Muitas pessoas de sua geração tiveram uma experiência semelhante. E se sua vida parecesse destinada a um tratamento especialmente desfavorável? Você seria capaz de “quicar de volta”? Demonstraria resiliência? Vamos mergulhar em nossa Bíblia e ver o que podemos aprender com aqueles que enfrentaram tempos difíceis!

I. José

A. Leia Gênesis 37:3; Gênesis 39:6 e Gênesis 37:5-7. Que tipo de atitude a respeito da vida você acha que José possuía? (Ele era claramente superior. Primeiro, era parte de uma família rica. Tinha uma aparência melhor do que a maioria e era favorecido por seu pai. Deus lhe enviou sonhos de que ele seria uma autoridade. Ele tinha um constante reforço de sua própria importância.)

B. Leia Gênesis 37:28. Revise as coisas que tornavam José especial e me diga, quais delas foram deixadas depois que ele foi vendido como escravo? (Ele tinha boa aparência. Havia perdido o apoio de sua família, havia perdido sua riqueza e seu status. Em vez de um futuro como um governante, ele tinha muito a temer em seu futuro como escravo estrangeiro. Ele tinha o seu Deus, mas seu Deus não o protegeu disto!)

C. Leia Gênesis 39:17-20. Compare os sonhos, esperanças e planos de José, quando jovem, e sua realidade atual – um escravo prisioneiro por tentativa de estupro. As coisas podiam ficar pior? (Ele estava no nível mais baixo, não no alto.)

D. Leia Gênesis 41:14-15. Se você fosse José, sentiria que esta era a tua grande chance de dar uma virada na tua vida?

E. Leia Gênesis 41:16. É assim que você teria respondido, se fosse José?

1. José já não tinha tido humildade suficiente? Por que ele começaria a frase com “Isso não depende de mim”? (Esta expressão demonstra contínua fé e dependência de Deus.)

2. Você ainda confiaria em Deus, se tivesse passado por todos esses problemas?

a. Coloque-se dentro da cabeça de José. Para ser capaz de ainda confiar em Deus, o que você precisaria acreditar? Que Deus tem uma maneira estranha de recompensar Seus seguidores? (Se tivéssemos lido a história completa, teríamos visto que José agiu bem mesmo quando sua vida teve um sério revés. Mas deixando de lado essas breves experiências favoráveis, José tinha que acreditar que a fé em Deus não depende do sucesso na vida. Não depende de recompensas visíveis. A fé não tem a ver com Deus, mas sim com José.)

F. Leia Gênesis 41:39-40. Por que o faraó inicia a frase com uma referência ao Deus de José? Por que não começar com “Você é um intérprete de sonhos fabuloso, José! Preciso manter você por aqui, no palácio.” (Se José houvesse tentado assumir o crédito, o faraó teria pensado que José era um rapaz brilhante e perspicaz. Mas, como José deu todo o crédito e glória a Deus, o faraó acredita que José é o portal de acesso ao poder de um Deus novo e incrivelmente poderoso. O faraó está tomando ao seu serviço mais do que apenas um ser humano talentoso.)

G. Que lição a história de José nos ensina a respeito de como lidarmos com problemas incríveis? (A fé diz respeito a quem Deus é, e não se estamos tendo sucesso ou não. Apegar-se a Deus, mesmo quando o interesse de Deus não ´r óbvio, é a chave para a resiliência. Deus nos pede para que confiemos nEle e em Seu conceito de tempo.)

H. Leia Romanos 5:1-5. O que a fé na nossa salvação faz por nós? (Ela nos dá “paz com Deus” e alegria em nossa esperança final. É a plataforma a partir da qual vemos todas as outras experiências na vida.)

1. Como os problemas do tipo que José enfrentou são úteis para nós? (Os problemas nos ensinam a resiliência. Eles desenvolvem o nosso caráter. Eles nos dão esperança.)

a. Esperança em que? Em Romanos 5:1 estamos falando sobre a esperança da vida eterna. Em Romanos 5:4, Paulo está falando acerca da mesma esperança? (Sim. Primeiro, ver a maneira como Deus age através dos nossos problemas nos dá confiança de que Ele nos dará a vida eterna. Segundo, lidar com problemas torna a vida eterna (onde os problemas não existirão) ainda mais preciosa.)

b. Você alguma vez já teve mais prazer na antecipação de alguma coisa, do que no evento real? (O céu será mais do que podemos imaginar. Mas a esperança no céu pode nos dar prazer.)

c. Já sugeri algumas vezes que a fé é sobre de Deus, não sobre você. É isso que Paulo diz? (A graça diz respeito a nós! Deus morreu por nós. Sabendo que Deus conquistou o pecado e a morte nos dá esperança em meio aos nossos sofrimentos.)

2. Como você entende Romanos 5:5? A esperança na vida eterna é o nosso objetivo de longo prazo. O que o amor de Deus e o Espírito Santo têm a ver com isto? (Somos capazes de ter uma prova do céu agora, pela obra do Espírito Santo em nossa vida. O amor de Deus, através do poder do Espírito Santo é derramado em nossos corações.)

I. Leia Gênesis 45:4-7. O amor de Deus foi derramado no coração de José?

II. Sofrimento Educativo

A. Leia II Coríntios 1:2. O que Paulo deseja para os cristãos de Corinto? (Graça e paz.)

B. Leia II Coríntios 1:3. Qual é o papel de Deus ao ajudar-nos quando sofremos? (Deus tem compaixão para conosco. Deus é a fonte final de todo consolo.)

C. Leia II Coríntios 1:4-5. Você já considerou que os teus problemas sejam uma educação?

1. Como os problemas podem nos ajudar a confortar os outros? (Se aprendemos a partir dos nossos problemas, podemos ensinar aos outros que enfrentam os mesmos problemas. Note que o texto diz que o consolo de Deus em tempos de tribulação nos permite consolarmos os outros.)

2. Os teus sofrimentos são comparáveis ao que Jesus sofreu na cruz? (Paulo faz este paralelo. Ele diz que assim como o sofrimento de Jesus abençoa a nossa vida, também o teu sofrimento pode abençoar as vidas dos outros.)

III. Ester

A. Leia Ester 2:5-7. Liste os problemas na vida da jovem Ester. (Seus pais haviam morrido. Ela foi criada por Mardoqueu, um parente do sexo masculino – então parece que ela não teve um modelo de mulher em sua vida. Ela também era uma cativa judia.)

B. Leia Ester 2:8-10. Ester 2:1-4 nos diz que o rei Xerxes estava realizando o primeiro concurso de noivas. As autoridades haviam alistado Ester neste concurso. Por que Mardoqueu não permitiu que Ester revelasse a sua nacionalidade? (Ela era judia – um dos cativos.)

1. O que isso nos mostra a respeito do interesse de Mardoqueu no concurso de noivas? (Ele queria que Ester ganhasse!)

C. Leia Ester 2:17-18. Ester é como José? (Sim. Ela foi promovida à posição mais alta, depois de estar na posição mais baixa.)

D. O capítulo 3 de Ester relata que um alto nobre na corte do rei Xerxes odeia Mardoqueu. Para se livrar de Mardoqueu, concebeu uma lei que o permitiria matar todos os judeus no 13º dia do mês de Adar. Mardoqueu foi até a rainha Ester pedindo ajuda. Leia Ester 4:10. Ester vai ajudar? (Parece que ela está dizendo que é muito perigoso.)

E. Leia Ester 4:12-14. Você acha que a vida de Ester estava realmente em perigo? (Duvido disto, a menos que Mardoqueu houvesse recebido uma profecia de Deus.)

1. Ester estava em uma posição semelhante à de José? (Sim, ela poderia salvar a vida de muitos.)

2. Como a situação de Ester era diferente da situação de José? (Ambos sofreram. Ambos foram elevados a uma posição muito alta. Mas para salvar os outros, Ester tinha que arriscar a sua vida e sua posição.)

F. Leia Ester 4:15-16. O que Ester nos ensina a respeito da resiliência? (O objetivo da resiliência não é conseguir poder e riqueza como José – embora isto possa acontecer. O objetivo da resiliência é permanecer fiel a Deus, de forma que você possa ser uma benção aos outros. Esta é uma das coisas que II Coríntios 1:4 nos ensina.)

G. Você vê um paralelo entre Ester e Jesus? (Ela colocou sua vida em risco para salvar a vida de outros. Novamente, isto é o que discutimos anteriormente em II Coríntios 1:5-6: nosso sofrimento pode terminar sendo uma benção para outras pessoas!

H. Amigo, se você está sofrendo hoje, eu te convido a pedir a Deus que te dê resiliência e te ajude a ver como o teu sofrimento pode abençoar a outros.

IV. Próxima Semana: Autoestima

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Direito de Cópia de 2011, por Bruce N. Cameron, J.D. Todas as referências das Escrituras são da Bíblia de Estudo na Nova Versão Internacional (NVI), editada em 2003 pela Editora Vida – São Paulo, a menos que indicado de outra forma. As citações da NVI são usadas com permissão. As respostas sugestivas encontram-se entre parênteses.
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